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Fernando teria reagido a insultos proferidos por suspeitos que, segundo relatos da família, já o agrediam verbalmente com frequência — Foto: Redes sociais/Reprodução. |
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De acordo com o boletim de ocorrência, Fernando sofreu traumatismo craniano, hemorragia e edema cerebral, não resistindo aos ferimentos.
Em entrevista à TV Norte Amazonas, afiliada do SBT, o irmão do adolescente, Gutemberg Vilaça, expressou sua indignação com o ocorrido e descreveu Fernando como alguém calmo e generoso.
"O que fizeram com meu irmão não se faz nem com bicho. Todos conheciam ele. Ia da escola para casa. Queremos justiça, queremos que ele não seja só mais um!", declarou.
Os familiares também informaram que o jovem cuidava de dez gatos e dois cachorros, utilizando os recursos recebidos por meio do programa Pé-de-Meia, do governo federal.
Nas redes sociais, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) lamentou a morte do adolescente e informou que encaminhou um pedido oficial ao Ministério dos Direitos Humanos solicitando acompanhamento do caso.
"É dilacerante pensar que uma pessoa, que tinha a vida toda pela frente, teve sua trajetória interrompida por questionar o porquê de estarem lhe chamando de 'viadinho'", escreveu a parlamentar na plataforma X (antigo Twitter).
O jornalismo do SBT teve acesso ao documento protocolado por Erika Hilton. No texto, ela pede que o caso passe a integrar os sistemas de monitoramento de crimes motivados por LGBTQIAfobia e solicita apoio jurídico, psicológico e social à família de Fernando.
A deputada também requer que o Ministério dos Direitos Humanos atue em conjunto com o Ministério Público do Estado do Amazonas e o Ministério da Educação para desenvolver medidas de combate à homofobia.
A Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Amazonas (OAB-AM) também se pronunciou, lamentando a morte do jovem e lembrando que, em 2022, Manaus registrou o maior número de mortes violentas de pessoas LGBTQIAPN+ no país.
"Esta comissão externa expressa solidariedade, apoio e estende as mãos à família do adolescente. Destacamos a necessidade urgente de reflexão por toda a sociedade amazonense diante do cruel massacre à população LGBTQIAPN+ vivido nos últimos tempos", declarou a entidade em nota.
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), por sua vez, também emitiu uma nota lamentando o ocorrido e destacou que o crime fere princípios constitucionais fundamentais, como a dignidade humana, a igualdade e a liberdade. O ministério também reforçou que a LGBTQIAfobia foi equiparada ao crime de racismo pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
"O MDHC reforça seu compromisso com a defesa da vida e dos direitos das pessoas LGBTQIA+ e com o enfrentamento à violência motivada por ódio, preconceito e discriminação. Nos solidarizamos com os familiares de Fernando Vilaça da Silva, colocamo-nos à disposição para acompanhamento do caso e informamos que os encaminhamentos cabíveis já estão sendo realizados junto à Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos", informou o órgão.
Portal Picuí Hoje com informações do SBT News.
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