Ex-presidente Jair Bolsonaro é preso em Brasília por decisão do STF - Portal Picuí Hoje

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

test banner _________________________________________________

Post Top Ad

22.11.25

Ex-presidente Jair Bolsonaro é preso em Brasília por decisão do STF

Prisão preventiva foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes após pedido da Polícia Federal.
Jair Bolsonaro — Foto: Diego Herculano/Reuters – 29.11.2025
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso na manhã deste sábado (22), em Brasília. Segundo comunicado divulgado pela Polícia Federal (PF), a prisão foi realizada em cumprimento a um mandado de caráter preventivo expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

 Clique aqui e participe do Canal de Notícias do Portal Picuí Hoje no WhatsApp 

A ordem de prisão foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, atendendo a uma solicitação da própria PF. A medida, porém, não significa o início do cumprimento da pena de reclusão referente à condenação imposta em setembro — 27 anos e 3 meses em regime fechado — por envolvimento em uma organização criminosa e tentativa de golpe de Estado. De acordo com uma fonte da corporação, a detenção atual é preventiva e não está vinculada diretamente à condenação.

Após a prisão, Bolsonaro foi conduzido à Superintendência da PF, onde permanecerá em uma sala de Estado, área destinada a autoridades, como já ocorreu com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Michel Temer.

O advogado Celso Vilardi não apresentou justificativas para a prisão. Uma fonte da PF, entretanto, afirmou que a medida está relacionada à necessidade de preservar a ordem pública, sobretudo após o senador Flávio Bolsonaro (PL) convocar uma vigília em frente ao condomínio onde o pai cumpria prisão domiciliar. Segundo essa fonte, tratava-se de "Chamamento para vigília, aglomeração, risco para terceiros e o próprio preso".

A Diretoria Técnico-Científica da PF confirmou que Bolsonaro passou por exames na manhã deste sábado. "O ex-presidente Bolsonaro está fazendo o exame ad cautelum no INC Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, neste momento", informou o órgão à Reuters. Em nota, a PF reiterou o cumprimento do mandado emitido pelo STF.

Defesa ainda pode recorrer

Os recursos da defesa para questionar a condenação ainda não se esgotaram. Os advogados contestam a decisão da Primeira Turma do STF, alegando fragilidade das provas, contradições no acórdão e ausência de participação direta do ex-presidente nos fatos apurados. Eles sustentam ainda que a suposta tentativa de golpe teria sido interrompida voluntariamente por Bolsonaro.

A equipe jurídica, formada por Celso Vilardi e Paulo Cunha Bueno, também afirma que houve "profundas injustiças", incluindo cerceamento de defesa. Embargos de declaração foram apresentados para esclarecer pontos da decisão, mas foram rejeitados por unanimidade, sem possibilidade de reversão da condenação.

Condenação em setembro

No julgamento encerrado em 11 de setembro, quatro ministros da Primeira Turma votaram pela condenação de Bolsonaro pelos crimes de organização criminosa, golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. O único voto divergente foi do ministro Luiz Fux, que posteriormente se transferiu para a Segunda Turma. Desde então, o colegiado passou a ser composto por Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, após o pedido de aposentadoria de Luís Roberto Barroso.

Bolsonaro estava em prisão domiciliar desde 4 de agosto por descumprir medidas cautelares impostas por Moraes, ao participar de manifestações em São Paulo e no Rio de Janeiro por ligação telefônica transmitida nas redes sociais. Antes disso, entre 18 de julho e 4 de agosto, ele permaneceu 17 dias monitorado por tornozeleira eletrônica, após avaliação de Moraes de que o ex-presidente e o deputado Eduardo Bolsonaro buscavam coagir a Justiça. Documentos apontaram transferências financeiras destinadas ao filho nos Estados Unidos, onde ele atua para influenciar o governo Donald Trump em favor do arquivamento da ação no STF.

As tentativas de interferência resultaram na abertura de um inquérito por obstrução de justiça e na decisão unânime da Primeira Turma, no último sábado (15), de transformar Eduardo em réu por coação.

Declarações anteriores

A possibilidade de prisão acompanha Bolsonaro há anos. Em 2022, ele afirmou: "Por Deus que tá no céu, eu nunca serei preso". Em 2021, declarou ter apenas três caminhos possíveis — prisão, morte ou vitória — e reforçou: "Pode ter certeza que a primeira alternativa não existe". Mais recentemente, mudou o tom ao admitir esperar pela detenção: "Durmo bem, mas já estou preparado para ouvir a campainha tocar às seis da manhã: 'É a Polícia Federal!'", disse à Bloomberg.

A prisão ocorreu por volta das 6h, em sua casa no condomínio Solar de Brasília, no Jardim Botânico.

Portal Picuí Hoje com informações do R7.

Nenhum comentário:

Postar um comentário