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Vídeo mostra Ana Sophia na frente da casa de uma amiga, em Bananeiras — Foto:TV Cabo Branco/Reprodução. |
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Segundo o MPPB, o pedido será analisado para verificar se existem elementos novos que justifiquem a retomada do inquérito. O caso havia sido arquivado anteriormente devido à morte do principal investigado, Tiago Fontes, o que inviabiliza responsabilização penal, além da ausência de provas suficientes para dar continuidade à ação judicial.
O MPPB esclareceu que o procedimento seguirá em sigilo enquanto o material for avaliado. Somente após a análise será possível discutir a suspensão do segredo de Justiça. Caso seja emitido parecer favorável, caberá ao Judiciário decidir se o caso será reaberto.
A Polícia Civil da Paraíba (PCPB) encerrou a apuração inicial, apontando que o desaparecimento da menina teria resultado de um crime premeditado com motivação sexual. No entanto, o inquérito permanece sob sigilo e o corpo da criança não foi localizado. O único suspeito está morto.
Em maio de 2024, o delegado da PCPB responsável, Aldrovilli Grisi, havia declarado à imprensa que o inquérito seria tornado público, o que poderia auxiliar na localização do corpo da menina. Contudo, com o novo pedido de reabertura feito pelo pai, esse processo foi suspenso por tempo indeterminado.
O caso
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Bombeiro usa cão farejador nas buscas pelo corpo da menina Ana Sophia, em Bananeiras — Foto: Pedro Junior/TV Cabo Branco. |
Ana Sophia, com 8 anos na época, desapareceu na tarde de 4 de julho de 2023, após sair de casa para brincar. Ela chegou a visitar a casa de uma amiga, mas retornou ao perceber que a colega não estava. Pouco tempo depois, câmeras de segurança registraram sua imagem próxima a um mercadinho. Uma figura semelhante à da menina foi vista entrando em uma residência, identificada como a de Tiago Fontes — este foi o último registro visual da criança.
Segundo o delegado Grisi, a família de Ana morava em um imóvel alugado pelo sogro de Tiago, que residia em frente. O suspeito, por sua vez, frequentava a casa do sogro e conhecia a rotina da família.
"Ele tinha conhecimento da rotina da família de Ana Sophia. E aí vem os detalhes, corroborados em depoimentos, de um olhar, de uma cultura injusta com a mulher", afirmou o delegado.
Investigações revelaram que Tiago fez pesquisas em seu celular sobre decomposição de corpos, putrefação e limites de identificação por DNA. Também buscou informações sobre o caso da menina Júlia, morta na Praia do Sol, em João Pessoa.
A apuração indicou que o crime teria sido planejado meses antes, com pesquisas sobre métodos de asfixia em crianças. Conforme o delegado Diógenes Fernandes, o caso envolveu motivação sexual e o suspeito teria agido sozinho.
"Tiago planejou o crime quatro meses antes. Em março ele já pesquisava como matar asfixiada uma criança de 7 anos, idade de Sophia na época", explicou.
Ainda de acordo com a investigação, no dia do desaparecimento, Tiago adotou comportamentos atípicos, como colocar o carro na garagem e lavar o local, além de sair para o trabalho por uma rota incomum. No dia seguinte, deixou a casa mais cedo que o habitual.
Durante os interrogatórios, o delegado Grisi afirmou que Tiago chegou a sugerir envolvimento no crime em três momentos, mas evitou confessar de forma direta. "Ele chegou a dizer: 'eu não tenho o corpo'. Ele fez uma postura de vítima, mas só existe uma vítima: Ana Sophia", disse.
Morte do suspeito
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Tiago Fontes, suspeito de matar a menina Ana Sophia, em Bananeiras — Foto: Reprodução |
Tiago Fontes foi declarado desaparecido em 12 de setembro de 2023, após uma vistoria policial em sua residência. Seu corpo foi encontrado em novembro, em uma área de mata, também em Bananeiras. O local tinha sinais de abandono e o cadáver estava em avançado estado de decomposição, junto a uma garrafa de bebida alcoólica e uma cama improvisada de capim. Segundo os investigadores, tratou-se de "autoeliminação".
Apesar das buscas realizadas na região, o corpo de Ana Sophia não foi localizado.
Portal Picuí Hoje com informações do g1 Paraíba.
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