Técnicos de 19 e 21 anos enfrentaram incêndio em estrutura de 80 metros e se tornaram símbolo de falhas na segurança do setor
No dia 29 de outubro de 2013, um acidente grave abalou o setor de energia eólica na Holanda. Dois jovens técnicos ficaram presos no topo de uma turbina em chamas e tiveram de enfrentar uma situação sem alternativas: saltar de 80 metros de altura ou permanecer até serem alcançados pelo fogo. A tragédia ganhou repercussão mundial após a divulgação da foto em que os dois aparecem abraçados, nos instantes finais.
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Incêndio começou de forma repentina na turbina eólica onde estavam os técnicos — Foto: Reprodução |
No dia 29 de outubro de 2013, um acidente grave abalou o setor de energia eólica na Holanda. Dois jovens técnicos ficaram presos no topo de uma turbina em chamas e tiveram de enfrentar uma situação sem alternativas: saltar de 80 metros de altura ou permanecer até serem alcançados pelo fogo. A tragédia ganhou repercussão mundial após a divulgação da foto em que os dois aparecem abraçados, nos instantes finais.
Rotina interrompida por um incêndio inesperado
Os técnicos Daan Kous, de 19 anos, e Arjan Kortus, de 21, realizavam manutenção em uma turbina do parque eólico Piet De Wit, acompanhados de dois colegas mais experientes. Pouco depois de alcançarem os 80 metros da estrutura, um incêndio começou de forma repentina.
O fogo teria sido causado por um curto-circuito na nacela, onde ficam os principais componentes da turbina. Enquanto os técnicos veteranos conseguiram escapar pelas escotilhas, Daan e Arjan ficaram isolados. As chamas já bloqueavam a única saída, e os equipamentos de segurança disponíveis não permitiam um resgate imediato.
Sem alternativa, os dois subiram até a parte externa da turbina. Foi ali que trocaram o abraço que se tornaria uma das imagens mais marcantes da história da energia industrial moderna.
Entre o fogo e a queda: a escolha impossível
A cena foi descrita por usuários nas redes sociais como uma "escolha impossível". Com o incêndio avançando rapidamente, Arjan optou por saltar. Seu corpo foi encontrado ao pé da estrutura, após a queda de mais de 80 metros. Daan permaneceu no alto até ser atingido pelas chamas.
O trabalho dos bombeiros foi dificultado pela altura e pela falta de recursos adequados. As mangueiras não alcançavam o topo da turbina e a chegada de um guindaste demorou horas, evidenciando a ausência de protocolos emergenciais para situações desse tipo.
Histórico de falhas técnicas
A turbina era fabricada pela empresa dinamarquesa Vestas, que já acumulava registros de incidentes semelhantes entre 2011 e 2013 em países como Alemanha, Espanha, Irlanda e Canadá. Em quase todos os casos, a origem estava ligada a problemas elétricos ou superaquecimento.
Mesmo diante desse histórico, os equipamentos continuaram operando sem mudanças significativas nos protocolos de segurança. A tragédia de Daan e Arjan foi a primeira com mortes registradas, mas não a última envolvendo o mesmo modelo.
A comoção gerada reacendeu o debate sobre a comercialização de turbinas usadas sem inspeções atualizadas e a ausência de sistemas de evacuação rápida, como cordas de rapel ou paraquedas adaptados para grandes alturas.
Uma imagem que marcou a história
A fotografia que registrou o abraço final foi feita por um morador da região que presenciou o incêndio. A cena rapidamente viralizou em fóruns e redes sociais, com internautas comparando-a às imagens do 11 de setembro, em que vítimas também enfrentaram decisões sem saída.
O termo "escolha impossível" se multiplicou em milhares de comentários. "Eles sabiam que iam morrer. E ainda assim, a última coisa que fizeram foi se abraçar", escreveu um usuário no Reddit. Outros destacaram que a tragédia os fez refletir sobre os limites da segurança em ambientes extremos.
A repercussão obrigou fabricantes e operadores a revisar medidas emergenciais em estruturas isoladas e de grande altura, como turbinas eólicas offshore e torres de transmissão.
Portal Picuí Hoje com informações do Jefferson Augusto/CPG.
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