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17.2.24

MOSSORÓ: Fugitivos invadiram casa, fizeram família refém, pediram para acessar redes e roubaram celulares

Fugitivos Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça – Foto: Divulgação/PF.
Os fugitivos da Penitenciária Federal 
do município de Mossoró, localizado na região Oeste do estado do Rio Grande do Norte, invadiram uma casa na zona rural mossoroense, fizeram uma família refém e roubaram dois celulares. O fato foi registrado na noite dessa sexta (16). A casa fica na comunidade de Riacho Grande, a cerca de 3km da unidade prisional de segurança máxima.

A fuga aconteceu na última quarta-feira (14) e é a primeira registrada na história do sistema penitenciário federal, desde sua criação em 2006.

De acordo com o proprietário da residência, um homem de 50 anos, os dois criminosos chegaram na casa por volta das 20h, simulando estarem armados. O cachorro começou a latir e proprietário da resiência foi ver o que era, momento em que foi rendido pelos fugitivos.

Eles entraram na casa, jantaram, pediram para acessar redes sociais, e ficaram no local até meia-noite.

Na casa estavam o proprietário da residência e a esposa dele, de 46 anos. Segundo o morador, logo na chegada eles se identificaram dizendo que eram os fugitivos da penitenciária. Eles foram embora levando dois celulares, ovos, água e laranja.

O morador acionou a polícia por volta das 3 horas. Ele contou que esperou um tempo para ir até a casa do irmão, e de lá foram em busca de uma barreira policial para comunicar o fato.

Buscas

As buscas pelos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró entraram no quarto dia neste sábado (17).

Mais de 300 agentes de segurança das forças estaduais e federais atuam nas buscas que se concentram em um perímetro de 15 quilômetros em torno do presídio.

Pistas

Na quarta-feira (14) – mesmo dia da fuga – uma casa foi invadida na zona rural de Mossoró, a cerca de 7 km da penitenciária. Objetos pessoais como camiseta e uma colcha foram furtadas.

A polícia foi acionada e fez buscas na área. Na quinta-feira (15) os objetos foram encontrados em uma área de mata. Um dos moradores da região confirmou aos investigadores que, entre os itens, estava uma colcha de cama furtada de sua casa.

A Polícia Federal (PF) recolheu material biológico desta casa. As amostras encontradas serão confrontadas com informações genéticas dos fugitivos.

Já nessa sexta-feira (16), com a ajuda de cães farejadores, uma camiseta de uniforme de presidiário foi encontrada na mata.

Fugitivos passam a ter nome em lista da INTERPOL

Nesta sexta-feira (16) os nomes e fotos dos fugitivos, que foram identificados como Rogério Mendonça e Deibson Nascimento passaram a constar na lista vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). Logo após a fuga, o Brasil pediu a inclusão na lista da organização – normalmente utilizada para cooperação entre as polícias de diferentes países quando criminosos perigosos conseguem fugir das nações onde são procurados.

Buraco usado para fuga

Uma imagem do Presídio de Segurança Máxima de Mossoró mostra um buraco na parede da cela de um dos dois presos que fugiram da unidade na madrugada da quarta (14).

Morte de adolescente, rebelião: quem são os fugitivos

Os dois presos são do Acre e estavam na Penitenciária de Mossoró desde 27 de setembro de 2023. Eles foram transferidos após participarem de uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco, que resultou na morte de cinco detentos – três deles decapitados.

Os dois homens são ligados ao Comando Vermelho, facção de Fernandinho Beira-Mar, que também está preso na unidade federal de Mossoró.

Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, é acusado de assaltos no Acre, Já preso foi acusado de mandar matar o adolescente Taylon Silva dos Santos, de 16 anos, em abril de 2021. Após o crime, Rogério foi transferido para o Presídio Antônio Amaro Alves, na capital, para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), onde ficou desde então, até ter sido transferido ao Rio Grande do Norte.

Rogério responde a mais de 50 processos. Ele é condenado a 74 anos de prisão, somadas as penas, de acordo com o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (IAPEN-AC).

Já Deibson Cabral Nascimento, de 33 anos, tem o nome ligado a mais de 30 processos e responde por crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e roubo. Ele tem 81 anos de prisão em condenações.

Portal Picuí Hoje com G1.

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