Pesquisa mostra redução da diferença entre aprovação e reprovação da gestão petista, impulsionada pela queda na percepção da inflação dos alimentos
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) registrou em agosto o maior avanço em aprovação desde janeiro, segundo levantamento Genial/Quaest divulgado nesta quarta-feira (20). O crescimento foi puxado por grupos tradicionalmente próximos ao petismo, como mulheres, moradores do Nordeste, pessoas com renda de até dois salários mínimos e beneficiários do Bolsa Família.
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Lula em visita ao Ceará — Foto: Ricardo Stuckert |
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De acordo com a pesquisa, a diferença entre os que aprovam (46%) e os que desaprovam (51%) a atual gestão caiu de dez para cinco pontos percentuais em um mês. O levantamento ouviu 12.150 brasileiros com 16 anos ou mais, em entrevistas presenciais realizadas entre 13 e 17 de agosto, em oito estados que representam 66% do eleitorado nacional. A margem de erro é de dois pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%.
Entre as mulheres, a aprovação subiu para 48%, praticamente empatando com a desaprovação (49%). No Nordeste, houve crescimento expressivo: de 53% para 60%, ampliando a vantagem sobre os que desaprovam para 23 pontos percentuais. Na Bahia, a aprovação avançou de 47% para 60%, enquanto em Pernambuco passou de 49% para 62%.
Na faixa de renda de até dois salários mínimos, 55% aprovam e 40% desaprovam o governo — um salto em relação ao empate técnico observado em julho. Também houve crescimento entre os eleitores com menor escolaridade: entre aqueles que possuem até o Ensino Fundamental, a aprovação subiu de 51% para 56%. Entre católicos, a gestão obteve 54% de aprovação, e entre beneficiários do Bolsa Família, 60%, ampliando a distância de cinco para 23 pontos percentuais em relação à reprovação.
Percepção econômica
O estudo mostra que a principal explicação para o avanço está na percepção sobre os preços dos alimentos. A parcela da população que considera que houve aumento nos preços caiu de 76% para 60% em um mês. Já 20% avaliam que permaneceram iguais e 18% acreditam que houve redução, frente a 8% em julho.
A visão de que o poder de compra diminuiu em relação ao ano passado também recuou, de 80% para 70%. Quanto às expectativas para os próximos meses, houve divisão: 40% acreditam em melhora, enquanto outros 40% esperam piora.
"A percepção do comportamento do preço dos alimentos trouxe alívio às famílias e reduziu a pressão sobre o custo de vida. Ao mesmo tempo, a postura firme de Lula diante do tarifaço imposto por Donald Trump foi vista como sinal de liderança e defesa dos interesses nacionais. Menos pressão inflacionária somada à imagem de um presidente que reage a desafios externos ajudam a explicar o avanço de sua aprovação neste momento", avaliou Felipe Nunes, CEO da Quaest.
Portal Picuí Hoje com informações do O Globo.
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